Principio

Tudo começou quando levei a nega numa entrevista de emprego. Depois de ter passado pelas várias etapas até à selecção final e termos restado 3 da multidão que havía concorrido, recebi um sms a agradecer a minha disponibilidade mas que o meu perfil não era o adequado. Passei-me: primeiro tive cólicas, depois senti cólera e de seguida desatei num pranto. Recompus-me, ajeitei a cara e fiz-me ao sitio do tal empregozinho. Ficaram surpreendidos com a minha presença. Exigi ser recebida pela fulana dos recursos humanos mas negaram-me tal direito. Sentei-me e disse que não abalava dali sem falar com ela. Chamaram a segurança do edificio. Agarrei-me à mala e fiz força com os pés, dali eu não arrancava. Agarraram-me por um braço e arrastaram-me, e eu segurei-me à cadeira e trouxe-a comigo. Gritei, berrei, apareceram várias cabeças a espreitar. Mandaram-me calar e ainda mais alto gritei. A psicóloga do departamento de recursos humanos lá deu as caras e eu calei-me. Perguntei-lhe porquê: porque (disse muito baixinho) queríam alguém com menos criatividade, o lugar era puramente admnistrativo. Saí. Neste momento distribuo publicidade por caixas de correio. Mesmo naquelas que têm a etiqueta a dizer publicidade aqui não. É por isso que aqui estou, para contar verdades como histórias de escrever. Para misturar a fantasia com a necessidade e o real com a mentira. Vai dar tudo no mesmo.

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