As verdades

Passo os meus dias sob lampadas que me dão uma excelente luz artificial e tenho ar condicionado que me impõe um casaco de malha desde que aqui entrei. Não sei se é dia ou noite, até que chega a hora de picar o ponto e saír. Tenho vezes que dou comigo, no caminho para casa, a sentir-me como uma galinha de aviário. Só não sei quando vai ser o meu momento da canja. A verdade é que o escrever tornou-se um suplicio, por isso o tenho feito tão pouco. A verdade, é que o dinheiro que os meus pais gastaram para eu poder ter um curso, foi mal empregue. A verdade é que tenho saudades de casa e de uma canja feita com galinhas de verdade. Não de histórias de galinhas de ovos de ouro em que a menina veio para a cidade e todos os seus sonhos se concretizaram.
 
 

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