O 1º dia

Ontem foi o 1º dia no meu novo emprego. De trabalho pouco fiz, mas de aprender, ou melhor, de andar atrás da senhora de fatinho preto, levei o dia inteiro. Isso e de bandeja na mão  a servir cafézinhos, coisa que diga-se, não tenho jeito nenhum. Entornei várias vezes as chávenas, as mãos tremem-me muito e atrapalho-me a bater à porta, abrir a porta e carregar com os cafés, tudo ao mesmo tempo. Disseram-me que é uma questão de prática, que daqui a uns dias estou uma profissional. Mas a verdade é que não me interessa nada andar a servir cafés ou então tería seguido para o ramo da restauração, coisa que não sou vocacionada. Estive sempre stressada e em alerta, nunca relaxei e acho que de tanta tensão nem sequer consegui fixar metade do que ouvi. As pastas de arquivo foram outra complicação. Não consegui perceber porque razão arquivam se têm os documentos digitalizados. É como fazer o trabalho duas vezes! Mas como sou nova, fiquei calada e a remoer. Na verdade devería sentir-me abençoada por ter emprego, mas não me apetece nada voltar lá a pôr os pés, por isso suponho que estes pensamentos fazem de mim uma ingrata.

 

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