Encontros da pesada

Não há duvida que vivemos numa aldeia, uma aldeia grande vá lá, mas não deixa de ser um sitio onde volta e meia acabamos a esbarrar uns nos outros, inevitavelmente, mesmo que não sejamos levados a procurarmo-nos. Aliás, acho que quando nos dedicamos a essa tarefa de tentarmos encontrar seja quem for é quando nos saímos pior, e nos acasos é quando a obra sai com sucesso. Esta semana, depois de ter engolido uma sandes ao almoço resolvi saír do escritório e vir apanhar um bocado de ar. O dia estava frio mas havia um sol lindo e a conversa lá dentro é sempre mais do mesmo, tricas e boatos, fofocas da imprensa cor-de-rosa ou então coisa de serviço o que já não suporto. Vi as montras sem ver nada, e de repente tocaram no meu braço e disseram Olá. Um rapaz todo sorridente a olhar para mim e eu a dar voltas à cabeça a pensar quem sería, de onde é que eu o conheço que não me lembro. Eu tenho muito boa memória mas desta vez, nada. E ele a perguntar-me se eu não me lembrava dele. Senti-me corar como um tomate. Nada, tudo branco. Caixote do lixo, a ramona, a bófia, a birra que tomamos a seguir, não dizia nada??? Ah! O heavy que se tinha escondido comigo no latão do lixo! Mas este não é o mesmo! Para onde foram os cabelos até meio das costas? As pulseiras de picos, as correntes e o total black? Armazenados. Menos o cabelo, claro. E ria. Está a trabalhar uma firma de publicidade e esse look era muito heavy para eles, teve de o dispensar. E tomarmos um café num fim-de-semana?
 

Sem comentários: