Companhias

Depois de combinado, aconteceu: Fomos tomar café. E ainda outra vez. E de novo. E também fomos jantar. Nada de especial, fomos comer uma pizza. Mas para quem não sai, não tem convites para além dos contactos esporádicos que restaram da faculdade ou da malta da distribuição da publicidade e que cada vez menos ligam ou estão sempre ocupados com os empregos ou a casar ou mesmo a ter filhos, ou então voltaram para casa dos pais que isto está tudo pela hora da morte e todos deixámos aos poucos a liberdade que tanto custou a nós mesmos e aos nossos próprios pais, saír para uma pizza é uma acto social. E tem sido sempre bom. Aliás: Muito bom. Como as coisas são... Eu a pensar que ele era um verdadeiro monstro vestido de preto, sem nada na cabeça e só a ouvir aqueles estrondos guturais dedicados à violência e afinal, não. Nada disso. É formado em arquitectura, tem um discurso divertido, variado e é respeitoso. Não se pôs cá com brincadeiras de mãos que é uma coisa que eu odeio e da qual já tive uma experiência que quero esquecer. E conseguiu que eu falasse de mim, sem eu dar por isso, coisa que não gosto muito de fazer mas a certa altura quase que senti uma compulsão em fazê-lo, uma vontade tão grande que mesmo que não tivesse sido levada a isso eu quería, só para me sentir bem, completa. Ou talvez aliviada. Não sei. Mas sei que me senti acompanhada como já não me sentía desde que tinha saído pela 1ª vez de casa dos meus pais.
 

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