(No) Swing

Já estou aqui à tempo suficiente para conhecer as regras do jogo. Sei com quem posso falar à vontade, com quem devo ter muito cuidado, quem devo contornar, evitar. E sei também que não devo fazer amizade com ninguém, é um pequeno universo cruel onde cada um faz por si e mesmo que dê a entender que está de boas comigo, na primeira oportunidade para se safar, não hesitará em me lixar para se sobressaír. Já o vi por mais de uma vez, até me pediram para ser testemunha abonatória a favor da vitimada, coisa de que me ausentei prontamente pois não quero tomar partido de ninguém. Andam todos a ver se conseguem nadar sem ir ao fundo, incluíndo eu, mas não sei até quando. E depois, há uma estranha onda de toda a ala feminina já ter andado enrolada com a masculina. E depois trocam de parceiros. E depois atiram-se aos mais novos como carne fresca, iniciando um novo ciclo. Também tentaram comigo e eu fugi a sete pés assim que me apercebi dos emails a atacarem o meu posto. No topo desta dança estão os partenaires dos supervisores, que também não fogem a um passinho. Não há condição social de casado ou solteiro que impeça o avanço a não ser o próprio a recusar. Cada vez mais sinto que vivo numa ficção. Não fora o dinheiro que preciso.
 
 

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