Contratos, outra vez

Andava eu tão tranquila, tão descansada da minha vida, quando de repente me veio à cabeça que no fim deste mês acaba o meu contrato. É verdade que ninguém me disse nada ainda, nem demonstraram até agora estarem descontentes com o meu trabalho, mas também não mostraram o contrário, e nestas coisas de emprego, infelizmente, já tenho uma dose de má experiências em que tudo parece estar a correr às mil maravilhas e depois, rua! Talvez sejam macaquinhos na minha cabeça, mas acho que todos me olham com olhos piedosos, o que significa que vou mesmo ser corrida. Todos, menos a senhora do fatinho, claro. Essa anda com um sorriso estúpido cada vez que passa por mim, e já me apercebi que o tom em que me dá os bons-dias é cínico, o que significa que lhe deve estar a dar um gozo muito especial este meu sofrimento até aos últimos dias. A vida no contrato, o futuro a prazo, num tempo contadinho, é isto que tem sido a minha história, a minha verdade. 
 

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